terça-feira, 18 de agosto de 2015

Tampinhas

Já todos ouviram falar das tampinhas que são trocadas por cadeiras de rodas e outros bens médicos. Eu também acho ridículo juntar tampinhas durante anos para serem trocadas por bens destinados a pessoas com doenças, porque para mim estas pessoas deviam ter direito a estes bens pois são-lhes essenciais. Mas se a Segurança Social não faz a sua parte, acho que temos de fazer nós e ajudar quem necessita. Por isso sou uma grande recolhedora de tampinhas.

Imagem retirada de: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=149659

A recolha de tampinhas começou por iniciativa de uma enfermeira que teve esta ideia. No fundo, ninguém dá nada a ninguém e as tampas recolhidas são compradas, porque valem dinheiro. Ao serem recolhidas e divididas pelas pessoas, diminuem o trabalho que respeita à divisão de tipos de plástico que ocorre nos centros de resíduos. Assim, em vez de as pormos na reciclagem, dividimos-as, fazendo logo o trabalho de triagem de resíduos e ajudamos alguém.

Costumo entregar as tampinhas a uma antiga colega de trabalho que infelizmente conhece bastantes crianças com deficiências, por isso há sempre alguém a precisar. Há pouco tempo uma pessoa próxima dela necessitava bastante e comprometi-me a espalhar a mensagem por pessoas conhecidas. Para meu espanto, imensa gente, conhecidos de conhecidos de conhecidos, juntaram tampinhas para me darem, de tal forma que em poucos meses lhe devo ter entregue mais de 80 garrafões de tampinhas. É obra! A criança, claro que não só com os meus garrafões, conseguiu a sua cadeira e isso deixa-me feliz.

O melhor de tudo, é que muitas pessoas que contribuíram por uma questão de solidariedade, nem sequer costumam fazer divisão de resíduos para reciclar. Assim, além de ajudar alguém, salvei mais uma quantidade de tampinhas de irem parar ao lixo comum. E nos casos piores uma quantidade de tampinhas de estarem abandonadas, nos passeios, nas florestas, nas praias. Já viram a quantidade de tampinhas que se encontram numa praia? Eu já apanhei muitas, faz bem à alma... Ganham os humanos, ganha o ambiente.

A paranóia cá em casa pela recolha de tampinhas começou pelo meu pai, se ele vir tampinhas no chão apanha sempre, eu também as apanho a maioria das vezes. Ainda hoje ele foi com um balde apanhar tampinhas que estavam espalhadas perto de um contentor do lixo. Devem-nos achar loucos, mas mais vale ser louco solidário e ambientalista que um louco poluidor.

Por isso juntem as vossas tampinhas, senão sabem onde entregar, por exemplo na Liga dos Amigos do Hospital Garcia de Horta até há pouco tempo aceitavam, ainda devem recebê-las.


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