sábado, 19 de dezembro de 2015

Aleitamento materno

Sobre o aleitamento materno, tal como a DGS e outras organizações, considero que é o melhor alimento que podemos dar aos nossos filhos recém-nascidos. Considera-se que até aos 6 meses de idade, o bebé só necessita do leite materno para se alimentar. Eu pessoalmente acredito que a partir dos 4 meses se possa começar a dar sopa, mas que o leite materno deve ser predominante na alimentação do bebé.

Embora não seja especialista no assunto, o leite materno é muito melhor que os leites de fórmula, uma vez que transmite ao bebé benefícios nutritivos e imunológicos, este leite é de mais fácil digestão (eu comprovei esta realidade com o meu bebé que tomou suplemento durante um dia e meio). Além disto favorece o contacto entre mãe e filho, os bebés sentem mesmo esta necessidade de contacto. E para finalizar o aleitamento materno ainda é melhor para a mãe, uma coisa que eu não sabia é que a estimulação mamária faz o útero voltar ao seu lugar e tudo correr melhor na recuperação pós-parto.

A natureza é mesmo perfeita, mas toda a bela tem o seu senão.

A amamentação para mim tem sido uma tragédia, sim mesmo mau. Primeiro quando ele nasceu não pegou na mama, mediram-lhe a glicemia e como estava alta disseram que nas primeiras horas ele não precisava de alimento. E assim foi.

O problema é que entretanto precisou, mas não fez a pega correcta, conseguiu macerar-me os mamilos, fiquei com dores horríveis. Então comecei a dar com mamilo artificial, a coisa corria melhor, mas mal na mesma, a pega continuava a não estar certa, ele engolia muito ar e tinha muitas cólicas. Além disto, o meu leite verdadeiramente ainda não tinha subido, o que eu tinha era quase nada. Ele tomou suplemento durante um dia e meio e eu comecei a estimular a mama na bomba. E aí foi o caos, o leite subiu todo, o peito ficou ingurgitado, nem uma pinga de leite saía. Tinha imenso leite, mas sair que é bom, nada. E por isso lá tive de permanecer mais dias no hospital até resolver a questão. Foram as piores dores que tive na minha vida. Mas lá se resolveu. De qualquer forma continuei sem conseguir dar mama directamente no meu mamilo (só agora percebi porquê) e continuei a usar o artificial.

Nisto vim para casa, ao fim de quinze dias comecei com febre, fui à urgência e tinha outra mastite. Na mesma altura nas pesagens semanais do Luís percebeu-se que ele está a engordar muito pouco. E qual o motivo?

Exacto, ele continua a fazer uma má pega. Logo mama muito tempo, mas mama pouco leite e aleija-me e eu fico dorida e formo mastites e coisas do género. A médica de família explicou-me como se faz a pega correcta, mas eu não consigo fazer em casa. Qual a solução?

Não sei se será a solução, mas segunda-feira vou a uma consulta de apoio à amamentação, espero que isto me salve. Já sofri tanto com esta história, ainda por cima sofro para ele se alimentar mal, eu pensava que sofria mas que ele se alimentava bem. O mais fácil era desistir, secar o leite e começar a dar leite de lata. E muitas vezes já estive tentada a tal, agradeço muito a todas as pessoas que me têm apoiado a continuar a dar o meu leite. Entretanto, se está consulta de apoio à amamentação não resolver o meu problema, talvez eu desista mesmo. Mas eu não quero dar leite de lata, eu quero dar o meu leite.

No outro dia estava a ler no site da DGS que cerca de 90% dos recém-nascidos saem do hospital a beber leite materno, ao fim de um mês esse valor passou a 50% e aos três meses a quantidade de bebés que bebe leite materno é muito reduzida.

O desconhecimento das pessoas sobre o leite materno é imenso. Primeiro, não existem mulheres que não tenham leite, não existe leite fraco (são raríssimos os casos que o leite materno não tem tudo o que o bebé necessita) e a mulher não deixa de ter leite. O que acontece é que a falta de apoio e de informação faz com que grande parte das mulheres desista (e sim, eu ainda equaciono desistir), porque amamentar não é algo intuitivo, é-o para algumas pessoas, mas há imensos problemas os quais podem passar pelo próprio bebé como o caso do meu. Claro que depois há casos de mulheres que não amamentam porque não querem e estão no direito delas.

Mas considero que devia de existir conselheiras de aleitamento materno no sistema nacional de saúde, as pessoas precisam de acompanhamento. Eu tive sorte tantos com as profissionais que apanhei no hospital como com a médica de família, todos sempre me incentivaram a dar o meu leite. Mas uma pessoa menos informada que apanhe um profissional que lhe diga para secar o leite e dar leite de lata, vai fazer o quê?

E bem pode parecer, mas não sou fundamentalista. Afinal, eu desde o primeiro dia da minha vida que sempre bebi leite de lata, porque secaram o leite à minha mãe mal eu nasci. E secaram-lhe o leite porque trocaram umas análises no laboratório e apareceu que ela tinha uma doença infecto-contagiosa e não tinha, acho que isto traumatizou-me. Mas a verdade é que eu cresci saudável, inteligente (cof cof) e esbelta (cof cof), bem cresci, mas pouco, 1,52m, se tivesse bebido leite materno quem sabe se não teria 1,53m...

Além disto, é óbvio que é melhor dar leite materno, não só para o bebé e para mim como para o ambiente, afinal é produção caseira. Se eu continuar a dar leite materno, olhem só a quantidade de latas que não vou usar e deitar fora.






Imagem retirada de https://comunidadeams.wordpress.com/page/15/


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