sábado, 9 de janeiro de 2016

Sou um mamífero

Tal como referi na publicação Aleitamento Materno sou uma defensora dos bebés mamarem o leite materno, mas tive vários problemas, o que me fez por em causa muita coisa. Na publicação que referi acima, contei que ia a uma consulta de amamentação e já agora fazendo publicidade fui à Clínica Amamentos.

Ir a uma consulta de amamentação foi a melhor coisa que fiz, aliás fui a duas. Neste momento, o Luís mama lindamente, já começou a aumentar de peso de forma mais constante, deixei de lhe dar mama com mamilo de silicone e parece que dar mama é a coisa mais fácil do mundo. A consulta foi muito boa porque me ajudou a nível concreto, ensinou-me a posicioná-lo para fazer uma pega correcta e a nível psicológico, incentivou-me e deu-me bastante força. Nisto tudo, fiquei uma defensora ainda maior do aleitamento materno e às vezes sinto vontade de evangelizar as pessoas. Quando oiço coisas como: "Não tenho leite suficiente", "Não tive leite" ou "O meu leite é fraco", só me apetece dizer, não, isso não é verdade. Todas temos leite suficiente, só que a produção de leite só cresce se o bebé mamar cada vez mais. Se há um bebé que faz uma má pega, não estimula a produção do leite materno e parece que o leite não é suficiente, mas o problema não é o leite, é a pega.

No meu caso tive sorte porque a minha médica de família chamou-me a atenção para a pega. Mas sei bem que muitos médicos em vez de tomarem atenção na forma como o bebé mama, incentivam logo a introdução do leite artificial. E isso faz-me confusão.

Mas pronto, o meu menino está a ser alimentado só com o meu leitinho e está grande, há quem me pergunte "Ele só mama do teu leite? E está tão grande?". É verdade, bem eu não o acho muito grande, mas sim ele só mama do meu leite.

Mas para mim isto está a ser uma grande vitória, o que eu tenho poupado o ambiente a alimentar um rapazote só como o meu leitinho, já mereço uma prenda ambiental. Agora a sério, adoro ver aquela carinha de satisfação, aquele revirar de olhos, aquela maozinha que me acaricia o seio enquanto mama. Acho que ser mãe e amamentar faz-me sentir verdadeiramente um animal, sentir-me como um ser da natureza, não um ser da sociedade desligada da essência. Pela primeira vez sinto-me realmente um mamífero, talvez achem estranho, mas sinto que entrei em sintonia com a minha natureza. No fundo, nem sei bem explicar, mas sinto uma estranha sensação de felicidade e comunhão com a natureza.

Acho que o ser humano se desligou completamente do que é natural, não caçamos, não colhemos os nossos alimentos, vivemos de noite ou de dia. Aparentemente a nossa vida depende do dinheiro e dos bens, por exemplo, poucas pessoas gostam da chuva porque não lhe sentem qualquer utilidade. Para uma grande parte dos seres humanos as taxas de juro ou as acções da bolsa têm mais valor que a água, as árvores, o oxigénio. O ser humano na sua generalidade afastou-se da essência da vida, o facto de eu ter sido mãe e passar cerca de um terço do meu dia a dar mamar faz-me aproximar mais da perfeição que é a vida natural. Sinto-me parte integrante da vida e da transformação da matéria.


Acho que este vídeo explica o que eu penso quando digo que me sinto parte da natureza. Eu gosto que ele mame e gosto de o ter aconchegadinho a mim. Por isso, também estou rendida ao uso de sling, só não uso mais porque quando saio com ele de carro tenho de levar mesmo o ovo, mas de qualquer forma uso o sling em casa e saímos algumas vezes com o bebé no sling. E quem quiser saber mais sobre o uso deste pano leia isto. O sling é usado desde sempre e não só por africanas ou sul-americanas, na Europa também era usado, aliás provavelmente muitas pessoas nas nossas aldeias ainda se lembram de andarem com os bebés nos xailes.

Imagem retirada de https://tempodeestilo.wordpress.com/2014/07/23/sling/

E assim cá em casa nós também usamos o sling, tanto eu como o pai para ficarmos mais perto da nossa cria, porque é fácil de usar e porque ele se sente confortável. Mas experimentem ir a uma grande superfície comercial com um bebé no sling, melhor ainda se for o pai a transportá-lo. Sim nós experimentamos e foram olhares e olhares, não percebi se pelo sling em si, se por essa ideia de o pai carregar o bebé e a mãe ali ao lado. Mas houve um senhor que nos disse, "É assim que eles crescem", não sei se crescem, mas ajuda muito no refluxo e isso para mim já basta. E quando o tenho no sling sinto-me mais um bocadinho mamífero também. Sinto-me um canguru.

Imagem própria

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